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Primeiro Capítulo: Cruzada

Primeiro Capítulo: Cruzada

Capítulo 1
(A Abadia)

Cruzada Texto Integral
119 páginas

ISBN:


Preço: R$ 9,90


A noite estende seu manto sobre uma Abadia, uma imponente fortaleza que se ergue majestosamente em uma colina, delineada contra o céu iluminado pela lua. O ano de 1095, na França, ainda respira mistérios que se escondem dentro de castelos, igrejas e, dentro daquela Abadia singular.

Da penumbra, do outro lada da colina, uma silhueta de um cavaleiro surge. Um cavaleiro, oculto sob uma capa camponesa suja e puída de muito de tempo de uso, emerge como um espectro na escuridão noturna. A silhueta encara a Abadia. Seus traços fortes delineados pela luz da lua e sua capa escondem sua grande estrutura muscular. Montado em uma égua branca, aquela figura transmitia uma estatura intimidante, com músculos forjados em batalhas e treinamentos árduos e pesados. Os seus cabelos escuros caíam sobre seus ombros largos, moldando um rosto marcado, que denota suas quase três décadas. Seu nome é Hagen. Seus olhos penetrantes espiam sob as sobrancelhas franzidas, revelando a determinação que queima dentro dele. Com uma expressão austera, forte e decidida mostra uma determinação inflexível. Sua barba por fazer conferia-lhe um ar de rusticidade e desleixo que o igualava ainda mais a camponeses simples e desafortunados.

Cantos de vésperas e orações se espalham pelos ventos vindo da Abadia e chegam aos seus ouvidos. O rosto de Hagen se ilumina com um sorriso largo. Tocando os calcanhares nos flancos de sua égua, ele galopa em direção à Abadia.

Dentro do santuário da Abadia, arcos góticos testemunham um coro de monges transitando de melódicos cânticos para algo estranhamente similar a Canções de Beuern. Uma procissão se desenrolava, liderada por jovens acólitos agitando turíbulos dourados, preenchendo o ar com incenso denso. Seis sopranos castrati os seguem, abrindo caminho para um corpulento Abade, usando uma mitra de bispo e vestes de vermelho e dourado. Ele é cercado por Novatos adolescentes, que carregam velas e cuidam de sua vestimenta. Um coro de Monges segue, liderado por um Monge Idoso que segura um bastão alto com uma grande cruz de ouro no topo.

A Cruz parece flutuar acima da Procissão. Através de nuvens rodopiantes de fumaça de incenso, em um fundo flamejante de inúmeras velas, sugerindo a paisagem devastada de um holocausto.

Hagen, chega nos arredores do muro da Abadia. Percorre um caminho pela base do muro, espiando as alturas intransponíveis. Ocasionalmente, ele cheira o ar como se estivesse seguindo um odor. Farejando o ar como se perseguisse um rastro. Ao detectar algo, seu semblante se ilumina ao avistar um enorme monte de ossos e entranhas em decomposição, que repousa abaixo de uma abertura lá no alto do muro da Abadia. Seus olhos se fixam neste enorme monte de ossos e entranhas, revelados sob uma abertura no alto do muro. Hagen reage ao ouvir dois camponeses despejando mais detritos da abertura lá do alto, encosta-se rapidamente rente ao muro, escondendo-se dos camponeses do alto do muro.

Com paciência, ele sussurra à sua égua tentando acalmá-la e a conduz para as sombras. enquanto se move furtivamente sob a abertura. Quando os camponeses desaparecem, ele desliza para fora e retira um gancho de três pontas e um pedaço de corda de uma bolsa na sela. Lançados habilmente para as alturas. O gancho completa seu propósito, com um lance para o alto e se assegura na parte superior do muro, nos vigamentos das aberturas na parede. Hagen testa a corda, dando soquetes firmes. Então, se puxa para cima, mão sobre mão iniciando a escalada.

Dentro da Abadia, em uma sala de cúpula alta, adornada com bordados elaborados, melodias fantasiosas ecoavam. Um Alaudista e um Soprador de Pífaro executavam uma música fantasiosa e romântica, de costas para a parede. Em uma cama com cortinas, o Abade levanta os braços para permitir que o seu acólito adolescente loiro remova suas vestes brancas de seda e camurça. Agora despido e com apenas suas roupas íntimas de sedosas rendas, o Abade se ajeita na cama. Estendendo sua mão pálida, acaricia a cabeça de outro acólito de cabelos escuros, que retira seus chinelos e sobe na cama. O jovem loiro de repente agarra a mão do Abade e a beija.

Abade, com um sorriso malicioso no rosto — Ah, com ciúmes?

O Abade os abraça ternamente, saboreando a sensação de seus corpos jovens, prometendo que cada um receberá um belo presente.

O jovem de cabelos escuros se vira e começa uma dança do ventre sedutora, batendo palmas e as solas nuas dos pés no chão de pedra no ritmo da música. O Abade ri com regozijo e deleite.

No matadouro da Abadia, Hagen se infiltrava, passando por carcaças penduradas e barris de vísceras. Na penumbra de uma sala de cura, ele entra em uma despensa enorme e se esquiva de dois Camponeses, recheando linguiças na penumbra de uma sala de cura. Hagen se esgueira pela porta de uma sala de refeições onde outros Guardas estão bebendo. Há risadas enquanto um deles esguicha vinho de uma bolsa de pele no rosto de uma prostituta maltrapilha.

Parando à porta de um edifício principal, Hagen faz uma nota mental de sua posição, em seguida, entra e desce uma escada.

Nos aposentos do Abade, sem se dar conta do tumulto lá fora o Abade, Vestindo uma túnica de seda, pinta cuidadosamente os lábios do acólito loiro enquanto o outro, já maquiado, observa com um bico de desagrado nos seus lábios pintados com um vívido vermelho. Ao terminar, o Abade recua para um gole de vinho e uma avaliação de seu trabalho.

— As princesas precisam de joias. — Ambos os acólitos sorriem. — Sim, isso combina com vocês. Não é mesmo, minhas pequenas devassas? — O Abade belisca as bochechas deles e se dirige à porta abrindo-a.

No corredor um Monge Novato, dormindo em um monte de palha do lado de fora da porta, se levanta apressadamente quando o Abade aparece.

— Chame Monfleurry. Diga a ele que eu preciso de algo do cofre.

O Monge Novato se apressa pelo corredor.

Hagen, carregando uma pequena tocha, desce uma escadaria até uma porta fortemente trancada. Ele retira uma alavanca do cinto, a insere na fechadura e empurra até que a fechadura se solte da madeira. Hagen espreita cuidadosamente evitando ruídos para dentro através da porta arrombada por um longo corredor. No final do corredor, a tocha de Hagen ilumina a riqueza da Abadia, guardada atrás das grades de uma sala do tesouro. Hagen caminha até a porta gradeada, insere sua alavanca e faz força. A porta se destranca. Hagen, impulsionado por sua grande força, empurra forçando-a e a porta de grade de ferro cede e Hagen atravessa tropeçando e cai no meio do tesouro. Deitado sobre montanhas de prata e ouro, cálices e ícones adornados, ele olha ao redor. Agarrando um crucifixo de ouro, o beija irreverentemente e o enfia, rindo, em sua bolsa.

No pátio da Abadia, Monfleurry, o diligente secretário do Abade, nos altos dos seus sessenta anos, cruza os terrenos acompanhado por um guarda. Com um molho de chaves em mãos, entram pela porta que dá acesso à escadaria do cofre. Enquanto isso, nas entranhas da sala-cofre, Hagen faz estragos, fazendo uma caixa ornamental estilhaçar-se contra a parede, espalhando moedas de prata que ele prontamente recolhe, enchendo sua bolsa de couro.

Descendo as escadas, Monfleurry e o Guarda alcançam a porta. Ao notarem o trinco arrancado, trocam olhares de preocupação. O guarda, em gesto silencioso, pede cautela ao colocar o dedo indicador em riste nos lábios, fazendo uma onomatopeia: — Pssst!. Abre a porta cuidadosamente, e ambos espiam pelo corredor.

Hagen, com sua bolsa repleta de tesouros nas costa, assusta-se ao deparar-se com os dois homens no final do corredor. Monfleurry, observando da porta, murmura um "Mon dieu". O guarda o puxa para trás, fechando a porta, aprisionando Hagen na sala-cofre. Apoiam-se na porta, tentando prender o trinco quebrado.

Em um ímpeto, Hagen investe contra a porta, jogando todo o peso de corpo multiplicado com sua força e velocidade. A porta se abre abruptamente, nem mesmo três homens a mais seriam capazes de segurar aquela porta. A força da rebentação quebra o nariz do Guarda e lança-o contra a parede. Monfleurry é arremessado ao chão, enquanto Hagen salta sobre ele e dispara escada acima.

No pátio da Abadia, o pré-alvorecer se aproxima. Hagen passa correndo em direção ao matadouro, saltando uma pequena barreira e assustando um bando de gansos que voam em desordem. Monfleurry e o guarda emergem, gritando "Ladrão! Ladrão! Um ladrão roubou o cofre!" Cães latem, e o caos se instala.

Dentro do matadouro, o pré-alvorecer começa a tingir o ambiente enquanto Hagen, tropeçando, quase cai sobre um campeão adormecido. Nos aposentos do Abade, nu e com a sua carne branca como um rabanete coberta com as marcas avermelhadas de beijos e mordidelas, se levanta da cama, encarando o tumulto no pátio lá embaixo pela sua janela.

O caos se desenrola no pátio, com um Sargento da Guarda, espada em mãos, correndo nu, exceto por uma peça íntima, saindo dos alojamentos seguido por outros guardas em meio à confusão. Campesinos riem do espetáculo, cães latem e gansos voam em todas as direções. O Sargento grita em comando: Soltem os cães!

Na porta do matadouro, Hagen agarra a corda, assobia, e sorri quando o seu cavalo emerge das sombras. "Boa garota", ele diz, mas se lembra de sua promessa. Correndo de volta para a despensa, Hagen procura freneticamente por cenouras. Dois camponeses o encaram perplexos da porta.

— Onde estão as cenouras? Hagen grita com os camponeses. Um camponês aponta. Hagen pega cenouras de um saco e as enfia em sua camisa enquanto um Guarda com uma besta aparece, gritando, e lança uma flecha que se crava em um lombo de porco abatido pendurado próximo a Hagen. Dois outros Guardas correm em direção a Hagen com alabardas.

Com força descomunal, Hagen puxa o lombo de porco abatido e o usa como escudo. Segurando-o pelas pernas traseiras, ele bate com força no rosto de um dos guardas, fazendo-o cair pelo chão. Hagen bloqueia o golpe do outro guarda com o corpo do porco.

Um chute nas partes baixas do guarda o faz cair em uma cuba de vísceras. Hagen consegue abrir caminho de volta para a sua corda de fuga.

Hagen agarra a corda e começa a deslizar, chutando para longe da parede, procurando alinhar sua descida com as costas do cavalo. Guardas aparecem acima, um deles mira uma besta. Hagen se contorce habilmente, desviando-se enquanto uma flecha disparada assobia próximo ao seu ombro. O segundo guarda corta a corda com um cutelo e Hagen desliza cinco metros até cair nas costas da égua. Esta se lança para longe, evitando por pouco uma flecha de outra besta.

No exterior, na entrada da Abadia, o silêncio é quebrado pelos sinos enquanto Hagen contorna os muros a galope em sua égua em fuga. O portão principal da Abadia se abre explosivamente, liberando uma matilha de cães seguida por um grupo de Guardas montados em sua perseguição.

Na penumbra de uma floresta envolta em névoa, já amanhecendo, Hagen galopa entre redemoinhos de névoa, desviando habilmente dos galhos baixos das árvores. Salta com sua égua branca por cima de um tronco caído. Enquanto desaparece na névoa, os cães se esgueiram por baixo do tronco continuando em perseguição, obstinados. Os cães, incansáveis, correm em matilha atrás dele, mergulhando cegamente pela vegetação densa. Num desfiladeiro íngreme, Hagen sente a proximidade dos cães. Incitando sua égua, desce um barranco até um riacho, buscando escapar. Olha para um lado e depois para o outro, esforçando-se para enxergar através da névoa.

Guiando sua égua a cavalgar pelo leito do riacho acima, Hagen avista quatro guardas montados emergindo da névoa à frente, bloqueando o seu caminho. Pronto para enfrentá-los, saca uma enorme espada que é demasiada pesada para homens comuns a brandirem e lutar com agilidade, mas Hagen a empunha facilmente apenas com a sua mão direita, causando calafrios nos guardas vendo aquele guerreiro gigante montado em sua égua branca, galopando em sua fronte empunhando aquela espada assombrosa. Estes, ao invés de confrontá-lo, param e começam a cantar sibilantemente, uma melodia de uma maneira especial, envolvendo mudanças rápidas e frequentes entre o grave e o agudo, podendo serem ouvidos à distância indicando a sua posição para os outros guardas, chamando-os, suplicando por reforço. Os cães se aproximam correndo e latindo avidamente. Hagen tenta avançar pelos cães, mais oito guardas surgem da névoa. Sua égua entra em pânico, empinando e caindo para trás. Hagen aterrissa no riacho com força, sua espada ressoa entre as pedras. Tentando se levantar, os cães o atacam freneticamente.

Um guarda montado tenta acertar Hagen com uma alabarda. Hagen agarra a perna do homem, o arranca do cavalo e o lança no meio dos cães. Outros guardas descem de seus cavalos e cercam Hagen, cutucando-o com suas alabardas enquanto os cães retomam o ataque.

O Alcaide, administrador da Abadia, um homem grande, quase tão grande quanto Hagen, e um Sargento da Guarda se aproximam. Quando os mastins arrastam Hagen para baixo, os homens o batem com cassetetes. Hagen tenta se levantar, mas golpeado repetidamente, desmaia no riacho. Suas cenouras se espalham caídas de sua camisa rasgada.

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